Sábado reunião de amigos no apê da minha irmã em Guarulhos, dormi lá, acordei com café fresquinho que minha mãe fez, muito bom.
Eu, minha irmã e minha namorada saímos correndo para compromisso às 10h em São Paulo, por volta do meio dia fim desse compromisso, restava mais um antes do jogo, almoço na sogra, não um mero almoço, strogonoff que a sogra fez pra mim. Bom, tudo meio atrasado, pensei, vou correr pra casa e assistir o Verdão no PFC, chego em cima da hora, mas beleza.
Pós almoço, aquele sono e a namorada fez bico quando disse que ia para casa, pensei e fui convencido à assistir o jogo da Globo, seja lá ele qual fosse (não sabia até então) em troca de uma café da tarde ás 18h, com tapioca.
Bom, começa o jogo dos bambis, assisto entre muitas mulheres pouco interessadas na TV, com um bebê lindo, a Beatriz de 10 meses, fazendo graça, ou seja pouco vi dos bambis, ficava antenado nas notícias do jogo do Verdão. Além da minha pessoa, havia dois concunhados meus, um bambi e um gambá, vale dizer que o bambi é bem tranquilo e sensato, o gambá aquele estereótipo do gambá, falastrão, nenhuma base e palavras pesadas como "parmerinha", "joguinho", etc.
Primeiro tempo nada, visita ao banheiro no intervalo, brincadeiras com a bebê (filha do concunhado bambi) e volta o segundo tempo.
Tentando não passar a imagem do bitolado que pintaram sobre minha pessoa na família da minha namorada, resisti e me fiz de indiferente ao que se passava no histórico Jardim Suspenso da Rua Turiassu, por fora ia aguentando até que pinta bolinha na Globo, não segurei a torcida e falei em voz alta: "É do Verdão!" Não era.
Foi a senha para ouvir piadinhas das outras 8 pessoas na casa da sogra, exceto da pequena Beatriz, algumas mais debochadas que outras, mas aguentei.
O gambá não estava na sala, quando chegou soltou: "e o parmeirinha tá perdendo?" Foi devidamente ignorado por mim.
Lances de defesas de Marcos me deixavam mais nervoso, aí veio o empate, comemoração contida, mas demonstrada e para minha surpresa o gambá ri disso, mandei um VSF e voltei a mirar a TV, seguido de um: "Ainda dá tempo!"
Vale lembrar que independente de quem esteja no time do Palmeiras ou comandando-o nunca vou desejar derrota, acredito sempre, às vezes conflitando com o desejo de outros palmeirenses, mas vou voltar ao jogo.
Fim de jogo dos bambis, a Globo mostra dois gols do Galo mineiro e muda o link para o jogo do Verdão, 43 do segundo tempo, eu comemoro por que calculo faltar aos menos 5 minutos. Risadinhas do gambá, indiferença do bambi.
Cera dos baianos, agonia da minha parte, o juiz numa substituição do Vitória levanta a mão espalmada. 5 minutos de acréscimo. Uhu! Vai Verdão!
Avisam que Beatriz dormiu, sem barulho. Namorada quase dormindo no meu ombro e sai o gol do Verdão, grande brincalhão Murphy (o da lei de Murphy), tanta hora pro Verdão ficar na frente do placar, poderia ser uma vitória tranquila, mas não, Murphy e seu amigo Luxa gostam de brincar comigo e me pregam essa peça, em frações de segundo me vi como naqueles filmes que você age de forma intempestiva e insana e em seguida o filme volta e mostra sua reação normal oposta daquela que imaginou.
Segurei o grito, engoli o xingamento, vibrei muito internamente, minha namorada acordou e até riu sabendo que eu queria gritar, comemorar e xingar, mas me segurava por conta do inocente sono da pequena e amada Beatriz.
Valeu Verdão! Antes de ir embora bati no ombro do gambá e disse: "CHUPA!"
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