21 de maio de 2012

O dia que encontrei o Divino

Na quarta passada fui escalado para cobrir o lançamento da camisa nova do Palmeiras, bem legal, mas na correria nem tive tempo de digerir a ideia.

No dia seguinte, acertei algumas coisas de trabalho, sai correndo para a Academia de Futebol do Palmeiras e cheguei dez minutos após o horário marcado, ao entrar pelos portões na rua vazia que dá acesso à sala de imprensa um senhor vem andando no sentido contrário, cabelos grisalhos, rosto simpático e os olhos sorrindo, por um segundo ele me lembrou alguém que vi em milhares de fotografias, era sem dúvidas um rosto mais jovem nas fotos, a serenidade, a simpatia e o sorriso não negavam, era ele mesmo, o Divino Ademir da Guia. Desde a minha adolescência parei de pegar autógrafos, pelo simples fato de que ao revê-los não me acrescentava nada mais que a lembrança do momento do encontro, prefiro uma palavra, um aperto de mão que já é inesquecível por si só e com isso na cabeça consegui falar algo como: "Poderia me dar a honra de apertar sua mão?" fui atendido e ele com um sorriso fraternal disse: "A honra é minha. Eles (os jornalistas) estão lá no final. Bom dia!".

Caminhei o resto do trajeto tentando entender o que aconteceu, pensando no tamanho deste momento, de todas as alegrias que ele proporcionou, nas multidões que se aglomeravam para vê-lo, nos seus feitos, nas suas glórias e honras alcançadas e naquele momento ele falou comigo, me cumprimentou, naqueles segundos ele olhou para mim, não tive a ousadia de pedir para tirar uma foto, até por ele estar saindo, deveria ter um compromisso, não queria atrapalhá-lo. Jamais.

Cheguei na coletiva e vi Evair e César Sampaio, grandes jogadores, jogadores que vi em campo, que comprei ingresso para ver jogar, que comemorei títulos no mesmo estádio separado apenas por metros, mas o pensamento nas jogadas, na vida daquele senhor, não me saia da cabeça. Ainda na coletiva encontrei dois amigos, um deles tem o nome em homenagem ao Divino.

Para vocês a foto deste dia: Ademir da Guia e Ademir Catellari.



2 comentários:

  1. Parabéns cara! Bem legal o relato e imagino a importancia desse dia na sua historia.

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    1. valeu cara, foi realmente emocionante, acho que se já tivesse procurado-o para conhecê-lo teria conseguido, mas não seria tão surpreendente e emocionante.

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